Trabalho com tecnologia e criação de projetos desde 2003, iniciando de uma forma mais amadora, como um hobby ou diversão, até realmente me tornar um profissional experiente na área. Prestar serviço para terceiros é sempre uma incógnita, vivemos um grande dilema, pois, apesar de sermos valorizados financeiramente podemos facilmente ser substituídos.
A prestação de serviço pode passar por algumas fases e etapas, mas nunca é uma receita de bolo pronta, não existe nenhuma fórmula que possa garantir o sucesso nessa jornada. Alternei diversas vezes a forma de prestar serviço e mesmo assim não descobrir como ter 100% de aceitação por todas as equipes em que trabalhei.
Em alguns momentos atendia mais de um cliente, às vezes até dois ou três, com alguns outros projetos em paralelo, isso acaba sendo péssimo nos aspectos de produtividade, qualidade de entrega, percepção de desempenho das lideranças. Mas era muito seguro do ponto de vista financeiro.
Tentei atacar a situação atendendo um cliente fazendo o melhor que eu poderia fazer, na expectativa de crescer dentro da empresa, porém é assumir um risco extremamente alto pois a fragilidade da relação de trabalho é a característica desse tipo de contrato. Assim se torna uma empresa com um cliente só, fica sujeito as pressões do contrato, como Michael Porter já dizia em seus clássicos estudos sobre concorrência.
Não existe saída fácil para essa situação, porém, nesses 20 anos trabalhando como desenvolvedor, infelizmente nunca consegui chegar no estágio em que eu tentei desde o meu primeiro projeto: um produto digital.
Prestar serviço é extremamente moroso, pouco lucrativo, desgastante e ainda é preciso conviver com o ego de diversas pessoas de diferentes áreas, se encaixar em conflitos de lideranças. Por outro lado, lançar meu próprio produto pode me garantir uma situação financeira com alta possibilidade de ganho de escala, mas é uma tentativa que não deve ter nem 1% de chance de dar certo.
Assim cada, dia que passa, mesmo me sentindo um profissional muito experiente, com mais de 20 anos atuando na área, ainda sinto que o que vai diferenciar um empreendedor de tecnologia de sucesso é o fator sorte: encontrar as pessoas certas na hora certa. Do contrário, sempre vai existir a sensação de ser um avião voando muito perto do solo, enquanto poderia estar curtindo a vista numa altura inimaginável.