Muitas pessoas que estão em home office se tornaram nômades digitais, uma definição deste conceito são pessoas que trabalham pela internet, utilizando computador ou celular, independente de local fixo de trabalho, desfrutando de renda suficiente para viver viajando.
Por três anos eu, Francisco Matelli, vivi isto, que é considerado por muitos um grande sonho e objetivo final de vida. Em 2023, pelo menos nos primeiros meses, pretendo suspender os meus deslocamentos tão constantes, por tempo indeterminado.
Viajei o Brasil de moto com uma mochila e o notebook nas costas, experiência que foi compartilhada em tempo real no meu canal vamoslonge. Visitei mais de 50 cidades, em algumas fiquei alguns dias, semanas, em Itacaré 1 ano e meio.
Maior benefício com certeza é a transformação pessoal, hoje vejo diferente, fazer uma viagem se modificou para ser um elo do setor de turismo, e o que isso muda?
Quando chega o final do ano as pessoas estão com muita vontade de viajar para praia, uma pessoa comum planeja essa viagem por semanas, tenta se informar o máximo possível sobre o local onde vai, faz um roteiro prévio e algumas vezes até a agenda passeios.
A minha experiência de viajar sem destino e sem roteiro me fez perceber que viajar é muito mais simples, pega e vai que tudo dá certo. As melhores ofertas os melhores preços você só encontra chegando no local, não é uma verdade absoluta que agendar com antecedência garante o melhor preço, na maioria das vezes sempre se consegue uma vaga remanescente ou uma oferta relâmpago de última hora.
Além disso ficar constantemente viajando em cima de uma moto me trouxe consequências de saúde. Apesar de estar sempre controlando para não exceder mais de uma hora direto e não mais do que 2 a 3 horas por dia em cima da moto evitando problemas de coluna, a falta de rotina e sem controle de alimentação e bebidas fiquei muito acima do peso.
Com certeza é possível praticar esportes fazendo uma viagem longa, mas é muito difícil e eu conheci muita gente que não consegue porque está vivenciando outras experiências. É óbvio que se você chega numa cidade nova quer conhecer o lugar, pontos turísticos, atrações, passeios, pessoas, restaurantes, festas e não vai abrir mão disso para fazer esporte, muitas vezes de forma solitária e cansativa, drenando toda a energia para aproveitar o seu lazer.
Cuidar da minha saúde, ter uma rotina muito mais produtiva, foi o principal motivo para eu parar um tempo. Certamente a experiência de viajar me transformou em outra pessoa, após 3 anos estou de volta na cidade de São Paulo e tendo sido reconhecido como uma pessoa diferente pelos antigos conhecidos.
Tem um outro cabelo (raspei em Foz de Iguaçu em 2020), outra aparência, outro peso (engordei), não tenho mais olheira (em Floripa começou a sumir), sou muito mais feliz, tenho muito mais facilidade para ter conversas rápidas e me aproximar de pessoas, me visto muito mais colorido (efeito da Bahia, 2021), sou muito mais sério e profissional, e transmito confiança muito rapidamente.
Tudo isso são consequências de conhecer diversas culturas viajar todo o Brasil e ser um desconhecido em lugares novos, obrigando-me a sair de uma zona de conforto para poder me comunicar com estranhos de forma precisa direta e confiante, para, se não conseguir fazer novos amigos pelo menos não gerar inimizades e passar por situações de perigo.
Assim a experiência de nomadismo realmente é gratificante e frutífera, muda completamente as perspectivas e sensação de realização das pessoas, recomendo para todos que conseguirem esse feito. Tenho tanto para compartilhar sobre o assunto que somente nesse post ficaria impossível, por isso recomendo que você continue acessando meu canal, @vamoslonge no YouTube, Instagram, Tik Tok, site com blog e em breve Spotify e Apple Podcast, para ficar por dentro de tudo que rolou nessa experiência de nomadismo e as minhas novas perspectivas.